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Saúde mental dos alunos com altas habilidades em fase de desenvolvimento no âmbito escolar.

Disciplina: Intervenções em Processos Educacionais.

Discentes: Adenilton da Silva Araújo, Alane Isabelle Rodrigues de Oliveira, Arnô Torres de Oliveira, Claudia Myliany Moura Pinedo, Emily Conceição da Silva, Luciana Vieira de Souza Sales, Sara Avelino Almeida, Vanessa da Silva Pinto, Vitória de Almeida Silva e Wirvila Florêncio de Paula.

DOCENTE: Elzie Yarzon.

Projeto Multidisciplinar de Intervenções em Processos Educacionais

EIXO TEMÁTICO

Saúde mental dos alunos com altas habilidades em fase de desenvolvimento no âmbito escolar.

OBEJTIVO

       Trabalhar temas que irão ajudá-las a compreender a si mesmas assim entendendo o que as diferencia.

       Proporcionar melhoras na saúde socioemocional e no possível comportamento introvertido (melhoria das habilidades interpessoais).

       Trabalhar os medos e outras inseguranças que as crianças podem demonstrar. 

INTRODUÇÃO

O indivíduo com altas habilidades/superdotação é definido, segundo a Resolução nº 4 do Conselho Nacional de Educação e da Câmara de Educação Básica do Ministério da Educação (art. 4º, inciso III), como “aquele que apresenta um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas, ou seja: habilidades na área intelectual, de liderança, psicomotora, nas artes e na criatividade” (BRASIL, 2009, p. 1).

Algumas das características apontadas pela literatura são: habilidades superiores de pensamento (como análise, síntese e avaliação); maior fluência e flexibilidade de ideias; preferência por ideias complexas; maior habilidade em perceber princípios não diretamente observados; maior habilidade em produzir respostas incomuns e originais; capacidade maior para se concentrar intencionalmente por longos períodos de tempo em tarefas de seu interesse, além de perfeccionismo; consciência aguçada de si mesmo, levando o superdotado a se perceber como diferente; inconformismo; sensibilidade e intensidade emocionais; paralelamente a um descompasso entre o desenvolvimento intelectual, social e emocional (ALENCAR, 2007, 2008; ALENCAR; FLEITH, 2001; FREEMAN; GUENTHER, 2000; OUROFINO; GUIMARÃES, 2007; SABATELLA, 2005).

Mediante o exposto, um aluno superdotado apresenta habilidades intelectuais mais avançadas. No entanto, as habilidades sociais, em alguns casos, não são tão desenvolvidas. Em função dessas diferenças, são mais vulneráveis ao isolamento e ao bullying que os demais alunos. Em uma pesquisa realizada por DALOSTO (2013) que identifica a violência relacionada ao bullying, nas suas diferentes formas de manifestações, onde o aluno com altas habilidades pode ocupar a condição de vítima, agressor e/ou testemunha, observou-se que o número maior de alunos ocuparam a posição de vítima, tanto na modalidade física e mental quanto da psicológica e moral, além da verbal. Segundo Chagas (2008, p. 45) em relação ao emocional dos indivíduos talentosos a “depressão, ideação suicida, baixa autoestima e dificuldade nas relações, especialmente relacionadas a jovens com habilidades extremas que podem ser vinculadas aos efeitos do bullying”.

Por todos esses aspectos, se faz necessário o acompanhamento psicológico desses alunos em prol da saúde mental que geralmente é muito abalada, por conta dessas mudanças que ocorrem no decorrer da avaliação desse aluno. Os alunos com altas habilidades/superdotação necessita de experiências de aprendizagem que estimulem o seu desenvolvimento, levando em consideração as diferenças individuais, os estilos de aprendizagem e habilidades. O professor tem um papel fundamental na identificação/observação de alunos com altas habilidades em sala de aula, além de desenvolver atividades para evolução do indivíduo juntamente com o psicólogo, que atua ajudando o aluno nas habilidades sociais, vulnerabilidades, isolamento e bullying escolar, corroborando para uma qualidade na saúde mental do indivíduo.

METODOLOGIA

Projeto multidisciplinar de intervenção em processos educacionais voltado a inclusão de alunos com altas habilidades no âmbito escolar, a fim de desenvolver atividades de desenvolvimento e sessões voltadas para a saúde mental do aluno é realizado em escola pública de ensino fundamental I. Trabalho realizado pelo professor escolar em conjunto com o psicólogo, onde o professor encaminha o aluno que demostre características que apontem altas habilidades e o psicólogo para realizar esse atendimento especial durante esse processo de avaliação, atuando em sessões, que se for o caso, possa observar dificuldades em se relacionar, vulnerabilidade, isolamento ou bullying, para assim estar realizando uma intervenção prática voltada a saúde mental da criança.

INTERVENÇÃO PRÁTICA

Na questão legal o aluno é público alvo da educação especial, lei nº 13.234 de 2015.A intervenção prática de saúde mental para alunos com altas habilidades será oferecido através do Programa de Atendimento Educacional Especializado a Estudantes com Altas Habilidades/Superdotação. É importante pontuar para o melhor atendimento e desenvolvimento da intervenção:

·       Uma sala para atendimento desses alunos, onde acontece o atendimento psicológico e serão aplicadas distintas ferramentas, sendo uma delas o RP(Role-playing) que consiste na criação imaginaria de possíveis cenáriosque sejam de difícil manejo para eles.

·         Esse atendimento com o psicólogo escolar acontece em parceria com o professor do AEE, que acompanha esse aluno no seu desenvolvimento escolar.

·         O psicólogo escolar atuará na identificação das queixas e das demandas socioemocionais da criança. As demandas socioemocionais são de suma importância, pois, tem-se que o superdotado é “desajustado” emocionalmente ou que por ter o potencial cognitivo acima da média é feliz e perfeito. No entanto, a sua intensidade emocional é diferente.

·         Psicólogo escolar atuará na questão do desenvolvimento precoce relacionado as habilidades socioemocionais, como a empatia, o perfeccionismo que pode ser, em alguns casos, algo exacerbado que se junta com a auto cobrança pode acarretar um grande sofrimento para a criança.

·         Após o diagnostico “role-playing” será aplicado em oito sessões de forma individual com o fim de melhorar as habilidades sociais, nas primeiras duas sessões será realizada a coleta de dados sobre as dificuldades sociais do aluno (comunicação, interação com os colegas, pais e professores, etc.), nas seguintes duas sessões o paciente irá trazer à tona uma situação real, por exemplo: "Hoje as aulas me pareciam muito fáceis e chatas, porém eu não sabia como comunicar isso ao meu professor sem fazê-lo se sentir mal". Posteriormente, o aluno será solicitado a responder à situação da maneira que lhe pareça correta e, uma vez concluída, ele receberá um feedback. Na semana seguinte, também será trazida uma situação real, em mais uma sessão, será realizado o mesmo procedimento da semana anterior, mas desta vez pedindo ao paciente para destacar os aspectos positivos e negativos de sua intervenção diante da situação trabalhada e identificar que emoções ele sentiu durante e depois, finalmente, recomendações serão dadas novamente para melhorar neste tipo de situações. Na sexta e na sétima sessão, após terem reforçado os aspectos positivos apresentados pelo paciente e as melhorias durante as encenações, serão solicitados a colocar em prática o que aprenderam, porém em circunstâncias reais com seus professores, amigos ou familiares. Na oitava sessão um tutor ou responsável e o professor do paciente serão chamados para saber sobre a comunicação do sujeito e como foi seu comportamento nas últimas semanas, destacando se houve alguma mudança de comportamento ou não.

·         É interessante que esse superdotado também tenha um suporte clínico, com um psicólogo clínico, para trabalhar a questão de intensidade emocional, não para ajustar e nem colocar o aluno dentro de uma “forma”, mas para que ele consiga, também aliado a atendimento educacional especializado, formar a sua identidade de sujeito enquanto indivíduo, mas também a sua identidade enquanto indivíduo superdotado.

Esses encontros com o aluno de alta habilidades deve ocorrer em dois encontros semanais no turno contrário ao do estudo regular.

TEMPO DE DURAÇÃO DA INTERVENÇÃO

O tempo de duração da intervenção é de seis meses, e após os seis meses o aluno com altas habilidades irá ficar sobe avaliação continua. Durante os seis meses será realizado:

·         O professor e o psicólogo irão trabalhar em conjunto. Irão avaliar a prontidão pra aprendizagem, capacidades na teoria da inteligência múltiplas, histórico, notas e juntos, na conversa desses profissionais, que avaliam de forma quantitativa e qualitativa como a criança respondeu a avaliação pra conseguir o resultado do primeiro fator que é o do potencial cognitivo acima da média. Outro fator que é a criatividade, capacidade que a pessoa tem em resolver os problemas, as situações que ela está exposta de uma maneira diferente que a maioria das pessoas responderiam, considera-se o pensamento divergente, comumente conhecido como o pensamento fora da caixa, tem respostas pouco usuais, respostas diferentes. Outro fator é o envolvimento com a tarefa, onde na maior parte das vezes é relacionada com a área de interesse, de habilidade daquela pessoa, então pode ser que ele tenha "preguiça" para as atividades escolares, mas na atividade que ele tem interesse, não poupa esforços e tem até uma fixação por ela.

·         O professor e psicólogo trabalharão em conjunto para desenvolver atividades para o desenvolvimento levando em consideração as diferenças individuais, interesses e habilidades do aluno.

·         O psicólogo vai realizar esse acompanhamento para a saúde mental com o aluno no decorrer de cada etapa, no início da identificação das altas habilidades e na parte de realização das atividades de desenvolvimento voltada para o aluno. Ele deve observar como isso está afetando o aluno, os pontos positivos e negativos dessas mudanças.

·         O psicólogo deve auxiliar o aluno nos empecilhos que possam lhe aparecer como habilidades sociais, socioemocional, vulnerabilidade, isolamento,bullying, se for o caso.

Posterior aos seis meses de intervenção, há a avaliação contínua que consiste em observar o aluno em relação ao que foi trabalhado nos seis meses. Em sala o professor deve observar o desenvolvimento do aluno, o seu progresso e as consultas com o psicólogo não seriam com tanta frequência como antes, reduziria para quinze em quinze dias. O psicólogo deve observar o progresso do aluno em suas habilidades sociais, socioemocionais e a relação do aluno com altas habilidades com os colegas, além de observar se o aluno consegue formar a sua identidade de sujeito enquanto indivíduo, mas também a sua identidade enquanto indivíduo superdotado.

CONCLUSÃO

O aluno com altas habilidades apresenta um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas, habilidades na área intelectual, de liderança, psicomotora, nas artes e na criatividade. Muitas vezes esses alunos são incompreendidos, e podem até sofrer bullying nas escolas, apresentar baixa habilidade social, vulnerabilidade e desenvolvimento precoce nas habilidades socioemocionais, podendo causar uma grande cobrança e afetar de maneira negativa a vida da criança. Muitas dessas pessoas superdotadas adquirem ansiedade e até mesmo depressão, pois em seu desenvolvimento ela não teve um acompanhamento psicológico para entender essas mudanças e descobertas que estava acontecendo. Em virtude dos fatos mencionado, é imprescindível a atuação de um psicólogo no desenvolvimento de uma criança com altas habilidades, tal acompanhamento pode ajudá-la a se encontrar como um indivíduo com altas habilidades e como pessoa, entender os processos que está passando, as mudanças que está acontecendo e se compreender melhor.




REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BRASIL Resolução Nº. 4, de 2 de outubro de 2009. Institui as Diretrizes operacionais para o

atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, na modalidade Educação Especial.

Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica. Disponível em: <http://portal.mec.

gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf>. Acesso em: 20. out. 2010. 

ALENCAR, E. M. L. S. Características sócio-emocionais do superdotado: questões atuais. Psicologia

em Estudo. Maringá, v. 12, n. 2, p. 371-378,2007.

DALOSTO, M.M. & ALENCAR, E.M.L.S.Manifestações e Prevalência de Bullyngentre Alunos com Altas Habilidades/Superdotação.Relato de Pesquisa. Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, v. 19, n. 3, p. 363-378, Jul.-Set., 2013.

CHAGAS, J.F. Adolescentes talentosos: características individuais e familiares. 2008. 228f. Tese

(Doutorado em Psicologia) – Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília, Brasília, 2008.

Lei nº 13.234, de 29 de dezembro de 2015. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.  Presidência da República Secretaria-Geral Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13234.htm>. Acesso em: 01 de out. de 2021.

FLEITH, D. S. A Construção de Práticas Educacionais para Alunos com Altas Habilidades / Superdotação. Ministério da Educação Secretaria de Educação Especial. Volume 2: Atividades de Estimulação de Alunos. Brasília, DF, 2007.

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